Arquivo para Jazz

Cinema sonoro estreia com ‘O Cantor de Jazz’ nos EUA

Posted in História, Notícias with tags , , , , , , , on 06/10/2011 by Ilhota Rock Festival

O Cantor de Jazz (The Jazz Singer) de Alan Crosland, o primeiro filme falado, cantado e musical, estreia nos Estados Unidos em 6 de outubro de 1927. O ator-vedete, Al Jolson, de origem russa judaica, apareceu maquiado com a pele negra. A trilha sonora comportava apenas 354 palavras, mas o sucesso é imediato e os irmãos Warner da Warner Bros. vêem a caixa registradora tilintar sem cessar. É o primeiro filme de grande duração com falas e canto sincronizado com um disco de acetato. A partir daí, os filmes mudos passaram a ser totalmente substituídos pelos filmes falados que se tornaram a grande novidade.

‘O Cantor de Jazz’ constitui-se numa referência histórica da indústria cinematográfica. A maioria das pessoas associa esse filme com o advento das películas faladas, embora Don Juan (1926), filme mudo de John Barrymore, tivesse também uma trilha musical sincronizada, executada pela Filarmônica de Nova York e efeitos sonoros pelo sistema Vitaphone. Seria bom deixar claro que esse não foi o primeiro filme sonoro, nem o primeiro falado tampouco o primeiro musical.

A “produção foto-dramática” de clamoroso sucesso, foi baseada no conto de Samson Raphaelson de 1921 “The Day of Atonement” (O Dia da Expiação), adaptado para a tela pelo roteirista Alfred Cohn.

O investimento de risco da Warner em 1926 de meio milhão de dólares com o sistema de som Vitaphone da Western Electric trouxe-lhe lucro de 3,5 milhões. Foi um enorme sucesso, responsável por transformar a Warner Bros. no maior estúdio de Hollywood. A comercialização do filme sonoro e a transformação da indústria de filmes mudos para falados tornaram-se realidade comO Cantor de Jazz.

Embora não tenha sido a primeira utilização do Vitaphone, foi o primeiro longa-metragem em que os diálogos falados faziam parte da ação dramática. No entanto apenas 25% do filme era falado. No restante, o som era sincronizado assim como ocorria com os números musicais. O primeiro longa-metragem totalmente falado ou totalmente dialogado foi o filme de gangsters Luzes de Nova York’(1928), também da Warner. Havia apenas algumas cenas,à parte as canções, em que os diálogos eram travados sincronizadamente. Uma trilha musical, composta de um ‘poutpourri de melodias, inclusive de Tchaikovsky, músicas hebraicas tradicionais e baladas populares, mais efeitos sonoros acompanhavam a ação, que não dispensava a ajuda de legendas e sublegendas ao longo do filme.

Foi entregue a Al Jolson o papel-título, após Eddie Cantor e George Jessel terem negado a oferta da Warner. As plateias das salas de cinema reagiram entusiasticamente ao ‘superstar’ e cantor de jazz favorito dos Estados Unidos, Al Jolson, nascido Asa Yoelson em 1886, quando começava a cantar, não sem antes improvisar, já com sua mãe ao piano, proclamando a famosa frase que introduzia o número musical: Esperam um minuto, esperem um minuto, vocês ainda não ouviram nada! Jolson na verdade estava promovendo o título de uma de suas canções ‘You Ain’t Heard Nothin’ Yet’, de Gus Kahn e Buddy de Sylva, gravada em 1919.

O filme subsequente de Jolson, dirigido por Lloyd Bacon, A Última Canção (1928), teve sucesso ainda maior. Essa película trazia o primeiro grande êxito musical de um filme falado Sonny Boy.

Uma película biográfica do diretor Alfred Green intitulada ‘A História de Jolson’ (1946), foi estrelada por Larry Parks embora o próprio Jolson tenha sido convidado. O papel acabou sendo desempenhado por Larry com as canções interpretadas em ‘playback’ por Al Jolson. Parks recebeu indicação ao Oscar por essa atuação.

Embora o filme não pudesse concorrer na categoria de Oscar de Melhor Filme – julgava-se que não era justo filmes sonoros concorrerem com filmes mudos – a Warner Bros., pelo seu diretor Darryl Zanuck, foi premiada com um Oscar Especial pela produção de ‘O Cantor de Jazz’, exatamente na estreia dessa cerimônia de premiação em maio de 1929.

O filme foi refeito duas vezes. Em 1952, sob a direção de Michael Curtiz com Danny Thomas como Jerry Golding e Peggy Lee como Judy Lane, e em 1980, sob direção de Richard Fleischer com o cantor e compositor Diamond no papel principal tendo o legendário ator Laurence Olivier como seu pai.

Outros fatos marcantes da data

Miles Davis, intenso até o fim

Posted in Música with tags , , , , on 28/09/2011 by Ilhota Rock Festival

Primeira página do Caderno B: Segunda-feira, 30 de setembro de 1991

Carros de luxo,
mulheres bonitas,
drogas e bebidas,
doenças e operações,
frases polêmicas
e dezenas de discos
de inovadora
e excelente música.
Esta pode ser
a síntese da vida
– repleta de excesso,
na trajetória pessoal
e no talento artístico
– de Miles Dewey Davis III,
o grande trompetista…

Jornal do Brasil

A música, o jazz em particular, perdeu um de seus mais consagrados expoentes. O artista americano Miles Davis, 65 anos, não resistiu às complicações decorrentes de apoplexia, pneumonia e insuficiência respiratória, e morreu em Santa Mônica, Califórnia. Ele foi enterrado no Bronx, Nova Iorque.

Sempre consciente de que não era como os outros, Miles nasceu diferente dos tantos outros que habitariam seu mesmo universo. Não teve a infância difícil, nem o início de carreira miserável, tal como outros gênios do trompete. Foi criado num seio familiar burguês, com o conforto de frequentar boas escolas e a oportunidade de aprimorar com estudos seu talento ao trompete. Esta base, que muito contribuiu com o seu ingresso na prestigiada e seleta Juilliard School of Music de Nova Iorque, também favoreceu ao seu estigma de rebelde. Se por um lado as portas se abriam por sua performance musical, por outro, as regalias a que se acostumou, possibilitaram um comportamento desregrado, que acabaria por levá-lo ao submundo. Essa complexidade se notabilizaria a partir do final dos anos 40, quando já consagrado como a grande revelação do jazz, sairia de cena pela primeira vez, por quatro anos, em função do consumo de drogas. Neste ritmo, desfilou toda sorte de suas experiências: os músicos geniais que conheceu, os sons que criou, as fusões musicais que promoveu, as mulheres que amou, as violências em que se envolveu, as perdas que sofreu. Uma vida frenética, até o fim.

Um artista atraído pelas experimentações

Indiossincrático. Miles Davis foi um furacão, de pensamento a mil, inquieto e alucinógeno, passional e contraditório, indecifrável. Um dos maiores trompetistas do século XX, redefiniu constantemente sua música. Inventivo, permanentemente atraído pelas experimentações, revolucionou o jazz, inserindo outros estilos ao gênero, como o rock, criando o que passou a ser convencionado como ‘fusion’. Criticado pelos jazzistas tradicionais, que condenavam seu poder inventivo, Miles manteve-se firme em suas convicções, para a sorte do grande público que sua produção musical arrebatou.

O jazz de Charlie Parker

Posted in Coluna do Naga with tags , , , , , , on 16/09/2010 by Ilhota Rock Festival

O jazz de Charlie ParkerArtigo sobre o filme Bird de Clint Eastwood.

A história real que recria o mito através dos tempos, a força criativa em função dos relatos de uma vida consumida em esboços de uma perfeição latente e prodigiosa, que guardou a alma de um dos maiores músicos de jazz de todos os tempos, senão o maior até hoje já citado, o saxofonista Charlie Parker, conhecido como “Yardbird” e depois com aquele que seria seu verdadeiro nome e principal vertente da categoria musical do meio jazzístico, “Bird”.

O jazz de Charlie ParkerEste mesmo apelido de Parker é o que nomeia o fabuloso filme dirigido pelo ator americano Clint Eastwood, em um maravilhoso e autêntico retrato do jovem saxofonista nos anos mais vindouros da criação de sua obra, o BeBop jazz dos anos 50 oriundo dos bairros mais noturnos e boêmios da cidade de Nova York, onde havia espaço para a enorme variedade de músicos que vinha se criando na capital da música. Se junta a Parker nomes como Dizzy Gillespie, Count Basie, sendo estes alguns dos comentados durante o filme, sendo que nesta mesma época já percorriam a mesma trilha, Coltrane e Miles Davis que depois de Parker reinventariam o modo de se tocar jazz.

O jazz de Charlie ParkerO filme transcorre sobre os tempos áureos do músico, onde entre brigas, bebedeiras e forte consumo de drogas, abria espaço para aclamação e reconhecimento de sua obra, tida como inovadora e altamente criativa, uma vertente do estilo de tocar sax, dando a impressão que a única marca de seu fracasso era seus excessos, como em muitos músicos de qualquer cenário, mas Parker era diferente, a depravação de seu bem estar e sucesso proviam de sua qualidade intensa de se auto indagar, privilégio de poucos, pois todos tendem a temer o derradeiro final, coisa que para Parker era apenas um porém.

O jazz de Charlie Parker filme de Clint Eastwood

Eastwood nos transporta com sua visão para o cenário novayorkino com muita intensidade de época, os bares, o clima que transcende por toda a projeção são de qualidade marcante e que desde aqui já mostram a capacidade do diretor em detalhar sobre a história americana e da música, principalmente o jazz, pelo qual Eastwood é aficionado. Seu filme conta sobre as parcerias de Parker, sua vida atribulada pelo casamento tumultuado e ao mesmo tempo amoroso, sua viagens, sua perdas sentimentais e sua incisiva veracidade musical, tudo remetendo em cenas substancialmente primorosas, onde a olho nu contemplamos um certo primor da cenografia e também da música, são vários momentos de passagens musicais que fazem do filme um marco importante da relação entre a música e a história de um de seus maiores mitos já produzidos, sendo inventivo e delineador da versatilidade musical.

O jazz de Charlie Parker filme de Clint EastwoodFilmado em 1988, com Forest Withaker no papel de Parker, papel que lhe rendeu aclamação e um prêmio em Cannes, contando com forte atuação do ator na composição do músico, toda sua postura remete a um brilhantismo perfeito, desde o modo de andar e até pela segurança que Withaker demonstra com muita veracidade e garra ao personagem. Outro ponto importante e escolha acertada para o longa é a presença da atriz Diane Verona, que marca como a esposa de Parker um grande papel ganhando destaque ao lado da força atuante de Withaker, sendo em ambos o mérito também da direção de Eastwood, que como ator, sabe bem desempenhar ambas as funções, assim como dirigi-las e criá-las em relação a todo o pudor que um filme desta dramaticidade e magnitude poderia oferecer e ocasionar.

Charlie ParkerÉ ponto marcante e difundido a relação de Parker com Gillespie e outros músicos, que desde tempos vinham a prestigiar Charles Parker por capacidade musical extrema na arte de improvisação e mudança rítmica, que fizeram da arte seu nome na história do jazz e da música. Seus clássicos são transportados para cada cena e podem ser acompanhados com detalhes pelos focos dados nas fases de sua carreira, o começo agravante, o reconhecimento gradativo, o prestígio fora do país e sua glorificação pela obra, tudo isto caminhando e ruindo pelas altas dosagens de drogas e inevitáveis tragédias da vida. O filme tem forte impacto técnico pela junção de imagens e pelo intenso roteiro que relaciona os combates morais do músico junto a sua capacidade de se apresentar, e pela narrativa não linear, que reflete sobre os impactos da vida do músico e suas repercussões em seu estado atual de cada cena, sendo demostrado em quase 3 horas filme, uma grande obra cinematográfica feita com qualidade pelos seus realizadores, sendo uma relação curiosa de arte visual com a música do Jazzista.

Charlie ParkerParker nunca teve um grande reconhecimento comercial em sua época, ficou mais na crendice de seus companheiros musicais que reconheciam nele a alta forma de sua criatividade em compor e tocar, comercialmente o lucro de seus discos ficavam com quem os vendia, os tempos eram outros na gravação de discos da época de 50, e os músicos valiam por sua vida somente em apresentações e nos shows que faziam, eis onde regia grande parte do fracasso de ascensão financeira da vida de Charlie Parker, sua incapacidade de cumprir horários e sua negligência perante o cumprimento de contratos.

Charlie ParkerUm gênio musical composto em uma forma robusta e depreciativa de ser humano, enorme e volumoso expandido talento e perfeição harmônica, parte herdada de seu apreço e estudo de música clássica, principalmente Stravinsky, que a combinação de sons influenciou muito os detalhamentos das composições de notas de Parker. Sua vida foi harmoniosa para com seus costumes, da vida boêmia que levava e do enorme artista que era. Sua música ecoa hoje em dia mundo afora sendo admirada por amantes do jazz, e Bird sendo consagrado como um dos maiores ícones da música já existente.

Clint EastwoodEastwood comove por sua paixão dedicada, é e sempre foi um grande apreciador do blues e do jazz, e em seu filme bota a prova seu vigor em homenagem a uma de suas maiores figuras transgressoras e libertadoras do estilo, fazendo de sua paixão um retrato histórico surpreendente e um filme grandioso, ao qual concorreu a grandes prêmios e deu também de vez seu engajamento na direção de filmes.

Um show a parte o filme vale a cada segundo, uma inebriante visão de um mundo antigo e clássico que nos remete aos tempos vindouros das criações artísticas mais intensas de nosso século, e de suas figuras nítidas de nossa compaixão, como Charlie “Bird” Paker e outros muitos que fizeram sua história, mas cabe aqui delinear a importância do saxofonista como um dos maiores criadores musicais, e além de tudo, de um grande ser – humano e sua vida, tão demasiada rápida que nos aponta como uma trágica fábula real, da conquista dos sonhos sob uma ótica de excessos, que deixa encargo à fantasia nebulosa de nossas paixões em vida, que para Parker além de tudo, era sua música e capacidade de criar e para nós, pelo menos para os bons ouvintes e apreciadores, admirar tão vasta obra original e espetacular, assim como também podemos assistir a uma fabulosa obra cinematográfica, sobre a vida de um grande ser – humano.

Escrito por Thiago Luis de Souza. Naga é membro Clube do Rock, sendo diretor financeiro, um dos organizadores do Ilhota Rock Festival e autor de vários artigos publicados no blog Ilhota Rock sua coluna pode ser acessada pelo link https://ilhotarockfestival.wordpress.com/category/coluna-do-naga/.

Os Skrotes

Posted in Bandas with tags , , , , , on 16/09/2010 by Ilhota Rock Festival

Os SkrotesFormado no inicio de 2009, a proposta é um mergulho nas influencias de seus três integrantes, como o jazz, reggae, dub, rock e suas vertentes, musica brasileira e latina, misturadas com elementos eletrônicos, psicodelia e enraizados fortemente no Funk setentista. Um som instrumental pra frente e enérgico como fica evidente nas apresentações do grupo.

Os SkrotesOs Skrotes. Não, não há aí nenhum erro de digitação, eles são Os Skrotes. Se subverter a ordem das coisas fosse proibido nada mais original surgiria. Eles não tem nada a ver com o pop rock inglês ou daqui há pouco o estão usando como mais um ingrediente na improvisada mistura psicodélica que fazem.

Os SkrotesPegue o jazz, misture com o rock, de uma salpicada com reggae, jogue uns sintetizadores, uma boa dose de funk setentista e uma pitada dos melhores ritmos brasileiros, ta aí, você tem “Os Skrotes”.

Surgidos em 2009 em um inferninho da capital catarinense tem chamado a atenção pela autenticidade e qualidade sonora do que criam. Entre recriações e canções próprias conseguem fazer muita gente sair de casa para vê-los tocar.

Se no início era improvisação pura, com a saída do antigo baixista e a chegada de Chico Abreu em seu lugar, a banda, que conta ainda com Igor nos teclados e Guilherme Ledoux na bateria, começou a se estruturar.Os Skrotes

Das suas criações saiu um material que serviu de trilha sonora para um documentário realizado pela Vinil Filmes, o “Ilha 70”, lançado entre abril e maio deste ano e que aborda a cultura e comportamento de Florianópolis nos anos 70. Dessa parceria também sairá um DVD, mostrando a banda trabalhando com diferentes produtores em diferentes estúdios, bem no estilo “mix-up”.

Os SkrotesSuas influências são as mais variadas possíveis: vão de Ramones ao Funkadelic, passam pelos Beatles e Santana, bebem na fonte de Mile Davis, trocam idéia com Bob Marley e John Coltrane, absorvem os ensinamentos de Tchaicovsky, e por aí vai. É a pós-modernidade.

Eles querem provocar. Não tem letras, é tudo instrumental, vindo bem ao encontro da proposta da banda que é, segundo seus músicos “não ter propostas, deturpar ou alterar lembranças e possibilitar vôos personalizados e livres”.

Em plena ebulição, os caras estão correndo atrás para corresponder o inesperado recebimento do público.Os Skrotes Daqui há uns dois meses devem entrar em estúdio para gravar seu primeiro CD e enquanto isso o baterista Langdon, que também é cineasta, prepara um vídeo experimental de média metragem de aproximadamente 20 minutos sobre a banda. No mais, é acessar o myspace/osstrokes ou vir curtir um frio em Floripa e aproveitar para chacoalhar o corpo na pistinha de algum inferninho daqui que os caras estiverem se apresentando. É isso.

Integrantes

  • Chico Abreu, baixo elétrico.
  • Igor de Patta, teclados.
  • Guilherme Ledoux, bateria.

Influências

Temas de ramones, Stevie Wonder, Tchaikovsky, Pantera, Black Sabbath, Tom Jobim, Bob Marley, Beatles podem ser conferidos no repertório que marca esta primeira fase do trio juntamente às primeiras composições dos Skrotes.

Links da banda

Contatos com Os Skrotes

Fale com a banda através do Guilherme Ledoux, pelo email ledouxbacteria@yahoo.com.br ou pelo celular dele (48) 9904-7191 | 8462-2784.

Vídeos dos Skrotes

Vídeo Release

Arco da Véia

La Maldita

Skrotiçes

Fonte: Os Skrotes.